sábado, 12 de janeiro de 2008

Agosto



Misturando ficção e realidade, Rubem Fonseca consegue escrever um excelente relato do panorama político brasileiro em agosto de 1954, desde o planejamento do atentado a Carlos Larcerda até a morte de Getúlio no dia 24, confundindo inteligentemente aqueles desprovidos de uma boa noção acerca dos acontecimentos dessa época. Paralelamente, uma novela fictícia se funde à história, onde o comissário de polícia Alberto Mattos investiga a morte de um empresário milionário. Fatos vão-se interligando, entre o real e o inventado. E como a maior parte dos romances de Rubem, Agosto também é repleto de personagens, todos com casos complicados e mal-resolvidos, problemas pendentes, e que, de alguma forma, se interligam uns aos outros.

O comissário Mattos, assim como a quase totalidade de seus protagonistas, é um indivíduo obcecado, real, cheio de defeitos, de personalidade única. Além de não quebrar a linha de estilo do autor, é funcionário da polícia – tendência já observada pelo fato de Rubem ter iniciado sua carreira na polícia e ser formado em Direito.


Muitos consideram Agosto como o melhor livro de Rubem Fonseca (embora tenha de discordar, visto que elejo Feliz Ano Novo o melhor); outros, como o melhor romance apenas. Independente, o livro encabeça o topo dos melhores livros do autor, e depois de lê-lo, não é difícil perceber o porquê.

3 comentários:

TuiTo disse...

que tri! Isso de misturar realidade com ficção da medo ahushusa tu nunca sabe ao certo o quanto de ficção tem, e depois começa a ficar paranóico e achar que na verdade o autor está conspirando contra o leitor e não contra algum personagem em especial. ahushusahus :|

beeeeeeejo

Anônimo disse...

Bah, fala sério... tu leu esse livro??? eu li metade no ano do vestibular mas precisei parar por falta de tempo! =/

MUUUITO BOM. FATO.

Anônimo disse...

Muito bem escrito, e o livro só ajuda, né? Falar de Rubem Fonseca é muito bom, ele realmente sabe envolver-nos em uma atmosfera eletrizante, a qual nos impede de parar de ler o livro. Foda. meu sonho é ter a metade de ritmo que ele tem nos meus contos.
beijos, blue! x)