sábado, 19 de janeiro de 2008

A Revolução dos Bichos



Cansados dos maus tratos causados por seu dono, o Sr. Jones, os bichos da Granja do Solar resolvem fazer uma revolução, em que qualquer hábito humano seria proibido e todos os animais seriam iguais e livres. Inicialmente, tudo transcorre conforme planejado. Entretanto, ao longo dos anos, o poder vai corrompendo os ideais daquela revolução. Os que assumiram cargos “superiores” passam a desrespeitar normas prescritas, adaptá-las ao seu bem estar e abusar do trabalho e fidelidade dos demais bichos viventes na fazenda.


Através de uma fábula simplista, George Orwell cria uma excelente sátira à Revolução Russa de 1917. O dono da granja, Sr. Jones, é facilmente identificado como uma alegoria ao czar Nicolau II, devido ao seu também apreço ao álcool e descaso com a população. Assim como o porco Napoleão – que assume o poder da granja – seria Stálin, e o banido porco Bola-de-Neve, inicialmente a figura mais importante da revolução, seria Trótski. Todos os demais animais também possuem suas identificações alegóricas, ao exemplo dos cavalos Sansão e Quitéria – representando o proletariado, trabalhando incansavelmente e sendo sempre fieis aos ideais – e do porco Garganta – representando o sistema de propaganda do governo.


Apesar de ter sido escrito intencionalmente como uma crítica ao comunismo, A Revolução dos Bichos pode ser hoje facilmente aplicada a qualquer tipo de governo, onde o poder absoluto corrompe aqueles que o exercem, e onde a ilusão de um Estado igualitário desaparece perante essa corrupção.

Um comentário:

Comentarista Abalizado disse...

E é isso mesmo... o mal não vem de nenhum sistema, vem das pessoas.

Se a humanidade não fosse tão gananciosa, poderíamos ter uma ditadura, um absolutismo e, ainda assim, poderíamos experimentar o bem de todos.

Mas, com a crueldade e o desrespeito que impera nos corações, mesmo o mais utópico socialismo acabaria em corrupção e exploração.