sexta-feira, 15 de junho de 2007

Morte em Veneza




Morte em Veneza
parece ser uma grande metáfora para um aviso de Thomas Mann a seus conterrâneos: aonde essa "paixão e arrebatamento" irá leva-los? Publicado em 1912, o autor utiliza-se de uma grande obsessão pela beleza para alertar sobre os perigos de uma Alemanha (o autor nasce em Lübeck e é criado em Munique) crescente, no risco iminente de destruição pela guerra.

Gustav von Aschenbach é um escritor perfeccionista em seus textos; escreve formalmente, escolhe verbos e palavras não ao acaso, mas com extremo rigor. Ingressa em uma viagem rumo a Veneza, sua cidade dos sonhos, no qual é impedido de viver pelo fato de que a cidade o "adoece". No hotel, avista Tadzio, um adolescente supostamente perfeito fisicamente. Começa aí a fascinação - conseqüentemente, a decadência. Aschenbach transcorre seus dias observando-o, olhando-o, analisando-o, descrevendo seus traços bem delimitados e delineados. A escrita do autor, abundante de adjetivos, acaba por pôr-nos defronte de um deus grego - claro que para isso acontecer, devemos acreditar piamente no que estamos lendo.

Surge a cólera. Uma epidemia alastrada, que dizimará todos aqueles que não escaparem da região. Gustav, em sua louca obsessão, opta por permanecer na cidade, encontrar Tadzio, alerta-lo da epidemia, manda-lo embora. Assim, a busca pela perfeição causa a degradação e a morte do escritor. A sua morte em Veneza. E, ainda no mesmo dia, um mundo respeitosamente comovido recebeu a notícia de sua morte.

Embora escrito no início do século XX, o tema proporciona debates filosóficos até hoje. Até onde ir por uma obsessão, por uma busca desenfreada? Até onde chegar para saciar uma vontade ou um capricho? Vale a pena a sacrificação do ser humano? Fica o questionamento.

2 comentários:

Anônimo disse...

Agora sim! :D
Tu escreve muito bem. tu tem aula de crítica literária ou algo assim no curso?
beijoo

Anônimo disse...

Poisé, li e gostei, bem escrito, e ta de parabéns!
Porém, pelo q tu falou, me pareceu um pouco monotono o livro hehehe mas tu me disse q gostou, entao ja nao tenho certeza!
bejos